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7 de jul. de 2017

Áustria – “Motivação islâmica” atribuída ao suspeito de assassinar um casal de idosos na Áustria




The Local At, 06 de julho de 2017 



O ministro do Interior da Áustria, Wolfgang Sobotka, disse que um homem tunisiano suspeito de assassinar um casal em sua casa em Linz, na Áustria, pode ter agido por motivação islâmica. 

Se confirmado, os assassinatos de sexta-feira na cidade do norte de Linz – no qual a garganta de uma mulher de 85 anos foi cortada e seu marido de 87 anos esfaqueado e espancado até à morte – será o primeiro ataque islâmico na Áustria, que tem até agora evitado ataques jihadistas vistos em outros lugares da Europa. 

Os assassinatos “tiveram claramente uma base islâmica”, disse Sobotka em uma coletiva de imprensa em Viena na quarta-feira, acrescentando que o suspeito de 54 anos, que se entregou à polícia, “é claramente um muçulmano radicalizado”. 


A polícia disse na terça-feira que os assassinatos não pareciam inicialmente ser um ataque islâmico, com investigadores focando na teoria de que o suspeito guardava ressentimento contra a sociedade, bem como o Partido da Liberdade da Áustria de extrema-direita (FPOe). 

Ele conhecia as vítimas, tendo regularmente entregue suas compras de uma loja administrada por sua esposa, e supostamente acreditava que o casal de idosos tinha ligações com a extrema-direita. 

Mas Sobotka disse em uma conferência de imprensa que a investigação tomou outro rumo após buscas na casa do suspeito e a perícia de seus dados eletrônicos. 

Ele recusou a dar detalhes sobre a evidência contra o tunisiano, que vive na Áustria desde 1989, ou o que ele havia dito aos investigadores. 

O tunisiano incendiou a casa do casal antes de se entregar à polícia e permanecer detido. 

O chanceler Christian Kern pediu uma investigação “sem demora” da ameaça extremista para determinar “onde existem riscos semelhantes e como combatê-los de forma eficiente”. 

Enquanto a Áustria até agora foi poupada dos principais ataques que atingiram outros países europeus, incluindo França, Grã-Bretanha e Alemanha, um número relativamente alto de austríacos deixaram o país para se juntar a Jihad no exterior. 

O Ministério do Interior estima que 300 abandonaram a Áustria ou tentaram sair para lutar na Síria ou no Iraque – um número proporcionalmente alto em uma população de 8,7 milhões. 

Não há nenhuma indicação de que o homem suspeito de assassinar o casal idoso viajou para o exterior para lutar ao lado de grupos extremistas islâmicos

A maioria dos acusados de ter ligações jihadistas na Áustria tem origem checena ou bósnia. 

No ano passado, os tribunais austríacos condenaram 36 pessoas por “pertencerem a um grupo terrorista”, incluindo Mirsad Omerovic, um jihadista de origem bósnia considerado a figura central na cena extremista na Áustria. 

As autoridades austríacas investiram mais recursos em operações antiterroristas desde 2014, com 14 pessoas sendo presas em janeiro em incursões em Viena e uma segunda na cidade de Graz, acusadas de terem ligações com o Estado Islâmico. 

No mesmo mês, as autoridades anunciaram que frustraram um ataque iminente, impedindo um austríaco de 18 anos. 

A Áustria está se preparando para as eleições legislativas de outubro, que serão umas das mais acirradas entre os social-democratas, e os conservadores de extrema-direita. 

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