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17 de abr. de 2017

Erdogan reforça poderes em referendo com alegadas irregularidades e planeja restabelecer a pena de morte





Euronews, 16-17 de abril de 2017. 



Poderes presidenciais reforçados, referendo manchado por alegadas irregularidades.

A Turquia votou a favor da ambição do presidente Recep Tayyip Erdogan mas não foi folgada a vitória do “sim” às alterações constitucionais que dão amplos poderes ao chefe de Estado.

Com o apoio do AKP de Erdogan e dos nacionalistas do MHP, o “sim” recolheu 51,3% dos votos quando estavam contados quase todos os sufrágios.




Erdogan celebrou o triunfo em Istambul. “As reformas constitucionais não são alterações ordinárias. Isto é diferente e muito, muito significativo. Pela primeira vez na história da Turquia o Parlamento e o povo decidiram uma alteração tão importante”, afirmou o Presidente.

O campo do “não” recolheu 48,7 % dos votos numa consulta popular com uma elevada participação – 84 %.



O partido no poder realizou uma campanha agressiva em que a oposição denunciou atos de intimidação.


Com uma diferença de 1,3 milhões de votos entre o “sim” e o “não” e a acusação de que a Comissão Eleitoral validou boletins não oficiais, a Turquia passou a ser uma republica presidencialista.





O presidente turco ofereceu aos seus eleitores um desfile triunfal, em Ancara, após a vitória no referendo que os observadores estrangeiros e membros da oposição consideraram injusta.

Recep Tayp Erdogan foi seguido por uma multidão até ao palácio presidencial entre aplausos e slogans a pedir a reinstauração da pena de morte no país.

Isto é o que eu tenho dito em todos os comícios. Se Alá quiser, esta questão irá ao Parlamento. Quando for aprovada pelo Parlamento, eu aprovo-a. Eu aprovo-a porque não temos o poder de perdoar aos assassinos dos soldados mortos.”.


As emendas constitucionais foram defendidas por uma maioria estreita de 51,4%, segundo os resultados oficiais ainda provisórios. Os observadores internacionais concluíram que o processo não pode ser considerado como verdadeiramente democrático, entre outros motivos porque as duas partes não tiveram oportunidades iguais, segundo um comunicado divulgado hoje.

Os observadores do Conselho da Europa e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) indicam ainda que a cobertura dos meios de comunicação social foi parcial e que existiram limitações às liberdades fundamentais.

Numa decisão sem precedentes, o conselho eleitoral aceitou como válidos boletins sem o carimbo oficial o que originou indignação entre os eleitores e os partidos da oposição.

O principal partido da oposição da Turquia, Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), pediu ao conselho eleitoral para cancelar os resultados do referendo face a estas irregularidades no escrutínio.

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