Euronews, 01 de março de 2017.
O bloqueio da indústria do carvão na Ucrânia, que irrita tanto Kiev como os separatistas pró-russos, degenerou esta quarta-feira em violência.
Os nacionalistas e veteranos do Exército que impedem a passagem de comboios na estação de Kryvyi Torets foram atacados, num incidente que resultou em vários feridos e mais de três dezenas de detenções.
O bloqueio foi instaurado há dois meses, para interromper o transporte de carvão da zona industrial sob controlo dos separatistas, a Leste, para o resto do território, controlado pelo governo ucraniano. Apesar do conflito que fez cerca de 10.000 mortos em três anos, mantinham-se as trocas comerciais entre ambas as partes, consideradas vitais para a indústria do aço e a produção elétrica no país.
Num comunicado conjunto, os líderes das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk ameaçaram tomar o controlo de quatro dezenas de empresas estatais, se Kiev não conseguir pôr fim ao bloqueio.
O analista Dmitry Trenin afirma que esse “ultimato levanta não só a questão da gestão dessas empresas, situadas nos territórios de Donetsk e Luhansk, mas também da sua jurisdição. Por isso, em certa medida, a questão que se põe é acerca de quem terá os direitos de propriedade sobre essas empresas”.
Em Kiev, o primeiro-ministro Volodymyr Groysman avançou com medidas de urgência face ao risco de cortes de eletricidade, devido à escassez de carvão e o presidente Petro Poroshenko disse que poderá haver um impacto negativo de dois mil milhões de dólares nas exportações ucranianas.
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