Sarah Kuteh |
Christian Concern, 30 de março de 2017.
Um juiz do Tribunal do Trabalho disse que “as pessoas não devem expressar qualquer coisa sobre as suas próprias opiniões sem elas primeiramente serem questionadas por outra pessoa”.
O juiz Martin Kurrein fez os comentários hoje (quinta-feira 30 março) durante a audiência de Sarah Kuteh, uma enfermeira cristã demitida pelo NHS depois que ela falou com os pacientes sobre sua fé, e ocasionalmente ofereceu oração.
Durante o interrogatório de uma das testemunhas, o representante do Centro Legal Cristã Pavel Stroilov, que representa a senhorita Kuteh, perguntou:
“Você está sugerindo que no contexto dos deveres de Sarah, qualquer expressão de suas próprias crenças religiosas é inapropriada?”.
A testemunha, Sarah Collins, Gerente-Geral de Medicina do Serviços de Cuidados do Câncer em Dartford no Gravesham NHS Trust, respondeu: “Se isso fizer um paciente se sentir desconfortável, então sim, é inadequado”.
O senhor Stroilov observou: “Mas você não pode saber adiantando previamente que alguém se sentirá ofendido por um comentário”.
O juiz Kurrein disse: “Sim, exatamente, e é por isso que você não deve fazer o comentário. Todo mundo tem os seus direitos do Artigo 9º e eles podem acreditar no que eles quiserem. Mas no local de trabalho eles são circunscritos. Muitas pessoas não são religiosas e lá estão muitas pessoas que objetam isso. É um questão cheia de complicações, e com consequência, as pessoas não devem expressar nada sobre as suas próprias crenças sem que primeiro sejam consultadas com uma pergunta de quaisquer outras pessoas.”.
O Artigo 9º da Convenção dos Direitos do Homem afirma que todas as pessoas têm liberdade de religião e liberdade para manifestá-la.
O juiz Kurrein disse mais cedo: “Meu conhecimento sobre religião está em falta. Peço desculpas se ofendi alguém”.
Andrea Williams, diretor executivo do Centro Legal Cristão, comentou:
“O juiz Kurrein demonstrou uma profunda falta de compreensão sobre a fé Cristã e o que significa ser um cristão. Este analfabetismo religioso está empurrando os cristãos para fora da vida pública e roubando da sociedade o bom trabalho de muitas pessoas boas como Sarah Kuteh. Dizer que alguém deve ser perguntado antes de expressar qualquer coisa sobre suas próprias crenças é profundamente iliberal e totalmente inviável”.
A audiência teve lugar hoje (quinta-feira 30 de março), e o julgamento é esperado para daqui 28 dias.
O juiz Kurrein foi anteriormente investigado por má conduta após uma queixa sobre o seu comportamento durante procedimentos judiciais.
O Lord Chancellor e o Presidente dos Tribunais constataram que “o comportamento do juiz Kurrein não demonstravam as normas esperadas de um titular de um escritório judicial”, emitiu-lhe um conselho formal.
Andrea Williams acrescentou que “fomos submetidos à mesma grosseria hoje, com um nível adicional de desrespeito à fé cristã”.
“Punição extremamente desproporcional”.
Sarah Kuteh, que tem 15 anos de experiência de enfermagem, e foi demitida por má conduta em agosto de 2016. Ela havia trabalhado no Hospital Darent Valley desde 2007.
Seu trabalho envolvia perguntar aos pacientes sobre a sua fé como parte de um questionário de avaliação pré-operatório. De vez em quando, isso a levava a conversar sobre a fé com o paciente.
Durante o tempo em que trabalhou no departamento de avaliação pré-operatório, a senhorita Kuteh ocupou-se de diversos pacientes.
No entanto, após apenas uma queixa formal e algumas queixas verbais que foram anotadas por enfermeiras, Dartford e Gravesham NHS Trust começou os procedimentos disciplinares que levaram a sua demissão. O Trust também a encaminhou as queixas para o Conselho de Enfermagem e Obstetrícia para processos de desqualificação.
A enfermeira irmã e mãe de três filhos descreveu sua demissão como “uma punição extremamente desproporcional”.
Ela fez uma reclamação pela demissão injusta, buscando reintegração e compensação, e ela está sendo apoiada pelo Instituto Legal Cristão.
“Embaraçoso e doloroso”.
Em média, a senhorita Kuteh iria ver cerca de 30-40 pacientes por semana, e ao longo de seis meses falou com centenas de pacientes.
A senhorita Kuteh disse que, embora não tivesse intenção de impor as suas crenças aos outros, às vezes lhes contava como sua própria fé em Cristo a ajudava a superar as adversidades.
“Eu... os tranquilizava, baseando-me na alegria e na paz que encontrei em Jesus”, disse ela.
Em abril de 2016, sua Matrona entrou em seu escritório e disse que ela tinha sido informada por outros funcionários sobre algumas queixas feitas por pacientes com quem ela havia discutido religião.
A senhorita Kuteh disse que a partir de então, ela só iria discutir religião se o paciente lhe pedisse. Se eles iniciassem a conversa sobre religião, então ela verificaria se eles estavam satisfeitos.
Mas em junho de 2016, ela foi chamada para o escritório da Matrona e ficou chocada ao saber que outras queixas tinham sido feitas. Apenas alguns dias depois, ela foi suspensa, disseram-lhe para coletar os seus pertences e ser escoltada do hospital.
A senhorita Kuteh recorda a experiência como sendo “embaraçosa e muito dolorosa”, à luz dos seus quinze anos de experiência em enfermagem.
“Fui levada do hospital depois de tudo o que fiz durante todos os meus anos como enfermeira e me disseram que eu não poderia sequer falar com nenhum de meus colegas”, disse ela.
“Tudo o que eu tinha feito era cuidar e cuidar de pacientes. Como poderia ser prejudicial dizer a alguém sobre Jesus?”.
Rejeitada com efeito imediato.
Após a sua suspensão, a senhorita Kuteh foi investigada pela gestão do NHS que alegou que suas discussões com pacientes enquanto preenchia os formulários foram “inadequadas” e fez com que alguns pacientes “se sentissem desconfortáveis”.
Durante a investigação, ela foi informada que uma paciente aparentemente se queixara que às enfermeiras teriam dado-lhe uma bíblia que ela não queria e tinha dito que iriam orar por ela, embora a senhorita Kuteh tenha dito que só o fez depois que a mulher manifestou interesse.
Enquanto os documentos do NHS se referem a “queixas” de pacientes, a senhorita Kuteh foi apresentada apenas com breves notas manuscritas de colegas que tinham registrado os comentários dos pacientes em poucas linhas, sugerindo que os pacientes ocasionalmente expressaram algum descontentamento.
A senhorita Kuteh não viu as queixas antes da audição de investigação e não lhe foi permitido chamar os pacientes para a audição para investigar as suas alegações.
Na sequência de uma audiência disciplinar em agosto de 2016, a senhorita Kuteh foi demitida no mesmo dia e o Fideicomisso a encaminhou para o Conselho de Enfermagem e Obstetrícia. Ela agora enfrenta processos de desqualificação perante a NMC.
Apoiada pelo Instituto Legal Cristão, ela apresentou um recurso sobre sua demissão injusta no Tribunal do Trabalho.
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