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15 de mar. de 2017

Moscou se move para assimilar militares rebeldes da região georgiana

Um soldado russo, vestido com uniforme histórico, participa de um ensaio de desfile militar no centro de Moscou, na Rússia, em 6 de novembro de 2015. 


Reuters, 14 de março de 2017. 



O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou nessa terça-feira que os seus funcionários assinem um acordo que incorporará as forças armadas da região de Ossétia do Sul na Geórgia na estrutura de comando do exército russo. 

A Geórgia condenou o movimento, o que provavelmente desencadeará acusações de seus aliados ocidentais de que o Kremlin está assimilando a região separatista na Rússia tomando de assalto, apesar de, segundo o direito internacional, fazer parte do território soberano da Geórgia. 

Moscou controlou de fato a Ossétia do Sul, uma faixa territorial principalmente montanhosa no nordeste da Geórgia, há anos. Mas, pelo menos no papel, tratou a Ossétia do Sul como um estado separado, não pertencendo a Rússia. 


De acordo com o texto do projeto,do acordo, o qual Putin ordenou que os funcionários concluam, os separatistas adotarão novos procedimentos operacionais para as suas forças armadas que serão sujeitas a aprovação de Moscou, assim como a estrutura das forças e os objetivos que serão determinados de acordo com a Rússia.  

O acordo também afirma que os membros das forças armadas de Ossétia do Sul podem ser transferidos para servir como soldados russos em uma base militar russa em Ossétia do Sul. Os separatistas irão encolher suas próprias forças armadas pelo número de militares empregados na base russa. 

Na terça-feira, o Kremlin emitiu uma ordem assinada por Putin instruindo a defesa russa e os ministérios estrangeiros a trabalharem com os separatistas para assinar e concluir o acordo. 

O ministro das Relações Exteriores da Geórgia, Mikheil Janelidze, disse em um comunicado: “Qualquer acordo entre a Federação Russa e a liderança de fato (da Ossétia do Sul) é ilegítimo.”.

"Essas medidas visam a proteção da paz daquilo que impede o processo pacífico, o que é necessário para a resolução do conflito”, disse ele. 

Após o colapso da União Soviética em 1991, a Ossétia do Sul rompeu com a Geórgia em uma guerra. Em agosto de 2008, a Rússia enviou tropas, dizendo que estava protegendo civis na Ossétia do Sul contra ataques de forças georgianas. 

A Geórgia, apoiada pelos Estados Unidos e pela União Europeia, disse que a operação russa era uma mera apropriação territorial. 

Após uma breve guerra, a Rússia reconheceu a Ossétia como um estado independente. Apenas um punhado de outros estados a reconheceu como um estado. 

Os críticos da Rússia dizem que a guerra na Ossétia do Sul foi um ensaio geral da Rússia para sua anexação em 2014 da Península da Criméia da Ucrânia em seu apoio aos combatentes separatistas na região ucraniana oriental de Donbass. 

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