Daily Mail, 27 de março de 2017.
Por Stephen Johnson.
Um líder de um grupo islâmico radical defende a lei Xaria onde ela diz que os muçulmanos que abandonam a religião devem ser condenados à morte.
O porta-voz do Hizb ut-Tahrir, Uthman Bader, foi franco quando perguntado sobre a política do grupo em um [evento] fórum em Bankstown, no sudoeste de Sidney, na noite de sábado.
“A decisão sobre os apostatas como tais no Islã é clara, que os apóstatas atraem a pena de morte para si e não nos esquivamos disso”, disse Badar na presença de crianças. Um apóstata é alguém que decide deixar o Islã.
Sua admissão extraordinária foi gravada exclusivamente pela câmera de um jornal da Austrália e a matéria foi levada à polícia federal australiana pelo ministro da Justiça Michael Keenan.
Hizb ut-Tahrir na Austrália removeu referências a essa política de apostasia de seu site conforme Alison Bevege, jornalista freelance, processou o grupo por fazer ela se sentar em uma seção de reservada exclusivamente para mulheres para discussão em outubro de 2014.
No sábado à noite, Bevege levou uma cópia impressa do projeto de constituição do estado de Khilafah do Hizb ut-Tahrir, publicado no site britânico, e que estava no site australiano do grupo até 2015.
Nele era descrito a sua visão para um califado islâmico global, que tendo muçulmanos e não-muçulmanos que vivem sob a lei Xaria.
Ela perguntou sobre sua política de matar pessoas nascidas em meio muçulmano que deixam a fé.
O artigo 7c do documento dizia: “Aqueles que são culpados de apostasia (murtadd) no Islã devem ser executados de acordo com a regra de apostasia, desde que tenha por eles mesmos renunciado ao Islã”.
Badar inicialmente respondeu dizendo que a política não estava em seu site antes de explicar como a política de apostasia do grupo era compatível com o Islã.
“A coisa toda aborda diferentes aspectos da lei islâmica da Xaria”, disse ele.
“O papel da apostasia no Islã é muito clara. Mais uma vez, esta é uma das coisas que o Ocidente não gosta, e procura mudar o papel da apostasia”.
Uma porta-voz do ministro da Justiça Michael Keenan, condenou a linguagem que incita ou defende a violência.
“A linguagem que incita ou defende a violência não é liberdade de expressão”, disse a porta-voz.
“Este matéria foi encaminhada à AFP”.
As observações de Badar vieram depois que ele deu a palestra principal para o fórum, que foi chamado de “Xaria e a idade moderna”.
Ele disse que o Islã é incompatível com uma separação secular entre a religião e o Estado, democracia, direitos individuais e até mesmo o processo da ciência, que ele chamou de “cientificismo”.
Ele comparou as clamores para ajustar o Islã dentro de uma sociedade secular como uma tentativa para domesticar um animal selvagem, colocando Hizb ut-Tharir em desacordo com muçulmanos seculares que rejeitam a lei Xaria.
“O Ocidente busca domesticar o Islã, controlá-lo, trazendo para dentro, da mesma maneira como você domestica animais”, disse ele.
Badar descreveu os clamores para reformar o islamismo, dos muçulmanos seculares, como “perniciosos”, “insidiosos” e “perigosos” e pediu mudanças radicais.
“Sempre quando você ouvir esse tipo de clamor, o alarme deve ser soado”, disse ele.
“As pessoas dentro do Islã estão pedindo ajustes muito engendrado na modernidade. Elas estão cedendo à pressão para se conformarem.”.
As mulheres eram segregadas dos homens do lado esquerdo da sala, na parte de trás onde estava a senhorita Bevege.
Após a palestra, um grupo de homens seguiu o Daily Mail Australiano até um carro estacionado.
Um homem mais velho exigia estranhamente saber se os homens e mulheres tinham igualdade na Austrália.
Um ex-muçulmano de Bangladesh, Shakil Ahmed, participou da palestra e depois descreveu o seu desgosto com Hizb ut-Tahrir e os islâmicos, que orquestraram marchas em seu pais de origem em 2013.
Na ocasião, os islamitas organizaram marchas na capital, Dhaka, após o assassinato de ativistas dos direitos dos homossexuais e blogueiros ateus.
“Sua principal demanda foi a morte de apóstatas e blasfemadores”, disse Ahmed, de 20 anos, ao Daily Mail Austrália.
Ele disse que era deprimente ouvir Hizb ut-Tahrir dando apoio a morte de ex-muçulmanos na Austrália.
“O que eu senti instintivamente é que a razão pela qual eu deixei o meu país foi para que eu pudesse escapar das mesmas pessoas que eu encontrei naquela sala”, disse ele.
Como um ex-muçulmano de Bangladesh e agora ateísta, ele era discreto sobre suas crenças.
“Além de um círculo fechado de família e amigos, nós não nos integramos com os outros, pois não sabíamos como eles reagiriam aos nossos pontos de vista”, disse ele.
Outro estudante de Bangladesh Shubhajit Bhowmik também participou da palestra.
O blogueiro hindu estava na mesma lista de mortes do ateu Avajit Roy, quando foi morto em 2015 em Dhaka por promover o secularismo.
Farabi Shafiur Rahman, um blogueiro extremista e membro do Hizb ut-Tahrir em Bangladesh foi preso por estar conectado com o assassinato de Roy.
“Uma vez que você escapar da morte, dificilmente encontrará coisas que vão assustá-lo”, disse Bhowmik ao Daily Mail Austrália sobre ver os líderes de Hizb ut-Tahrir em carne e osso.
Outro grupo islâmico de professores religiosos de madrassa, Hefazat e Islam, divulgou listas de organizações de sucesso de Bangladesh, após Hizb ut-Tahrir ter sido banido de lá em 2009.
Assim como Hizb ut-Tahrir, eles fizeram campanha em Bangladesh para desmantelar a democracia parlamentar, sucatear aspectos da constituição que contradizem a lei Xaria e derrubar os direitos das mulheres.
A última revelação sobre Hizb ut-Tahrir na Austrália ocorreu quando os islamitas no Paquistão levaram as suas reivindicações às mídias sociais exigindo a morte do blogueiro ateu Ayaz Nizami.
Ele e outros dois foram acusados de blasfêmia nesta semana por um tribunal em Islamabad e enfrentam a pena de morte.
O Hizb ut-Tahrir opera em 40 nações, incluindo Austrália e Reino Unido, mas é proibido em Bangladesh, juntamente de outras nações não-muçulmanas e muçulmanas, incluindo Turquia, Egito, Jordânia, Arábia Saudita e Uzbequistão.
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