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30 de jan. de 2017

França: Candidatos à eleição presidencial têm três meses para convencer um eleitorado muito dividido




Euronews, 30 de janeiro de 2017. 




Concluídas as eleições primárias este domingo em França, o Partido Socialista e uma pequena aliança à esquerda encontraram já o homem que os vai representar nas eleições presidenciais de Abril, Benoit Hamon. A campanha pode agora verdadeiramente começar e os candidatos têm três meses para convencer os eleitores.

Hamon disse após as primárias que a esquerda se está a erguer , a virar para o futuro e quer ganhar, acrescentando: “apresentámos coisas diferentes que não serão irredutíveis quando tivermos que enfrentar os adversários”.



Tanto para a esquerda como para a direita tradicional, a principal adversária será Marine Le Pen, a presidente da Frente Nacional, que parece esperar tranquilamente o seu momento, motivada mais do que nunca pelas sondagens que lhe dão a liderança na primeira volta.

Estamos prontos, decididos e organizados. Para além da minha campanha, foi o meu mandato presidencial que preparei durante longos meses”, afirmou recentemente.

Na chamada direita tradicional, François Fillon atravessa um mau momento. Está a braços com um escândalo sob suspeitas de ter pago salários fitcios à mulher, com o fundo de maneio dos deputados. Há um inquérito em curso.

Face ao campo da anestesia, eu sou o candidato do trabalho e do poder de compra, porque um país que trabalha mais, ganha mais”, disse no domingo no discurso de arranque simbólico da campanha.

Qualquer que seja o resultado desta presidencial, um dado é adquirido. É o fim do bipartidarismo em França. Nenhum dos candidatos dos dois maiores partidos é creditado com mais de 20% dos votos. E, para Benoit Hamon, o desafio de agregar a esquerda em torno da sua candidatura é enorme.

Se o programa social de Hamon pode seduzir os ecologistas, não é garantido que possa ter o mesmo efeito sobre os seguidores do movimento “A França Insubmissa” criado por Jean-Luc Melanchon. O candidato tem dito sempre que não faz alianças com os socialistas. Mas, em política, tudo é negociável.

O único que certamente não vai negociar é Emmanuel Macron, ex-ministro da Economia de Manuel Vals, que criou o movimento “Em Marcha” e que vai agregando em torno do seu projeto os que não se revêm nem na esquerda social de Hamon, nem na direita conservadora de Fillon e que segue progressivamente roubando intenções de voto à esquerda e à direita.

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