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7 de nov. de 2016

Presidenciais da Bulgária: Candidato pró-Rússia vence primeira volta




Euronews, 07 de novembro de 2016. 



Por Francisco Marques



Reviravolta nas previsões, é o candidato de esquerda apoiado pelo Partido Socialista que está na frente das presidenciais da Bulgária.

Após 95 por cento do escrutínio efetuado, a agência de pesquisa social e marketing Alpha Research anunciou que o general Rumen Radev, de 53 anos, conseguiu 25 por cento dos votos, deixando a cerca de três pontos (22,1 por cento) a principal rival, Tsetska Tsacheva, a candidata de direita, de 58 anos, apoiada pelo partido no governo, o GERB (Cidadãos pelo Desenvolvimento Europeu da Bulgária).


Na primeira reação aos resultados preliminares, Radev considerou que “os búlgaros disseram ‘não’ à apatia e votaram pela mudança”. “É preciso esperar pelos resultados finais, mas já é claro que o povo assumiu a decisão porque a eles a democracia pertence”, afirmou o antigo comandante da Força Aérea búlgara, cuja campanha se centrou numa reaproximação do país à Rússia embora sem pôr em causa os valores euro-atlânticos.


Por outro lado, a atual presidente do Parlamento aspira a ser a primeira mulher Presidente da Bulgária. Nas sondagens, Tsetska Tsacheva era a favorita, com cerca de 34 por cento das preferências, mas nas urnas, com uma participação a rondar os 57 por cento dos eleitores, Radev parece ser o preferido.

O primeiro-ministro Boyko Borisov ameaçou com a demissão do executivo (tweet em baixo) caso Tsacheva não fosse a mais votada este domingo, mas numa primeira reação, citada pela agência alemã DPA, pareceu colocar de parte, para já, essa possibilidade. “Vamos esperar pelos resultados. Ainda não perdemos”, disse.


Pela primeira vez, numas eleições presidenciais, 6,8 milhões de búlgaros puderam votar contra todos os 21 candidatos (número recorde) que surgiam no boletim, no que terá sido a opção de seis por cento dos eleitores, convocados a manifestarem-se igualmente nas urnas num referendo sobre o processo eleitoral no país.


Mais de 70 por cento, disseram ‘sim’ a um voto por maioria para eleger os membros do parlamento; mais de 60 por cento manifestaram apoio a um sistema eleitoral e de referendo obrigatório; e mais de 70 por cento expressaram concordância com a redução do apoio estatal aos partidos políticos.

Quanto às presidenciais, por não haver maioria absoluta (50 por cento mais um voto), será necessária uma segunda volta para eleger o novo chefe do Estado mais pobre da União Europeia. O tira-teimas entre Radev e Tsacheva está previsto para domingo, 13 de novembro.


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