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28 de out. de 2016

Espanha: Rajoy falha maioria absoluta no Congresso e aguarda votação de sábado




Euronews, 28 de outubro de 2016. 



Por Antônio Oliveira e Silva



Com Maria Barradas e EFE

O Congresso dos Deputados espanhol (câmara baixa), rejeitou esta quinta-feira a candidatura de Mariano Rajoy, do Partido Popular (PP, centro-direita), na que foi a primeira votação para a sua investidura.

Rajoy recebeu 170 votos a favor e 180 contra, o que significa que terá de submter-se a uma segunda votação no próximo sábado, “quando se prevê que possa finalmente formar um Governo minoritário."

Em Espanha, o líder do grupo parlamentar mais votado necessita, na primeira votação de investidura, de alcançar a maioria absoluta (176 votos). Se tal não acontecer, realiza-se uma segunda votação é considerado investido o candidato que consiga a maioria qualificada.

A grande maioria dos 84 deputados do grupo socialista (PSOE, centro-esquerda) deverá abster-se, exceção possível para vários deputados das circunscrições da Catalunha, que insistem em votar contra Rajoy.

Socialistas que, no entanto, já avisaram o candidato do PP que a sua abstenção tem lugar para “possibilitar a formação de um governo em Espanha” e que de nenhuma forma significa o “apoio às políticas do Partido Popular.” 


O líder do novo partido Ciudadanos (liberais), Albert Rivera, assinou, por seu lado, um pacto para apoiar a investidura do líder conservador, mas recordou que Rajoy não era o presidente de Governo que desejavam.

Rivera, decidiu, tal como os socialistas, adotar uma via que permitisse o desbloqueio da situação política.

Espanha está há mais de 300 dias sem governo, numa situação inédita desde a “Transição Democrática de 1975-1977, depois de 40 anos de ditadura militar, o regime franquista.

Pablo Iglésias, líder da federação de esquerda Unidos Podemos, criticou os socialistas e disse que estes estavam mais próximos do PP do que da sua coligação. Unidos Podemos vota contra Rajoy no sábado . A federação Unidos Podemos votou de forma unânime contra a investidura de Rajoy e deverá fazê-lo mais uma vez no próximo sábado.

O debate de investidura desta quinta-feira ficou ainda marcado pelo abandono do hemiciclo por parte do grupo Unidos Podemos depois terem sido acusados por um membro do Partido Popular de estarem ao serviço “de ditaduras em Espanha”, acusando Pablo Iglesias de ligações aos Governos venezuelano e iraniano.

Por agora, o impasse político foi ultrapassado, mas Mariano Rajoy não tem tempo para celebrar.

A primeira prova de fogo é negociar rapidamente um orçamento de Estado que estabilize a economia e que cumpra as metas do défice que Bruxelas impõe a Madrid, 3,1% em 2017.

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