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3 de set. de 2016

Suécia – o que aconteceria se a Suécia aderisse à OTAN? A relutância sueca

Margot Wallström sugeriu que Suécia não vai mudar a sua posição sobre a adesão à OTAN.



The Local SC, 02 de setembro de 2016. 



A adesão à OTAN não resolveria as falhas da defesa sueca, mas poderia dissuadir a Rússia a não se envolver em conflitos no Mar Báltico, de acordo com um novo conjunto de relatórios a serem apresentados ao governo. 

O relatório, que foi visto pela agência de notícias TT antes de sua publicação, não toma uma posição sobre a questão que é muito debatida -  que é se deve haver a aderência da tradicionalmente não-alinhada Suécia à OTAN. Mas ele delineia vantagens e desvantagens de ser membro da aliança. 

O diplomata Krister Bringéus foi nomeado pelo dominante governo de centro-esquerda no verão de 2015 para investigar os laços militares e de defesa da Suécia com outros países. Ele acha que a adesão à OTAN seria acima de tudo, a eliminação da incerteza quanto à forma como a Suécia agiria em caso de um conflito na região do Mar Báltico. 
A capacidade de dissuasão comum, ao que tudo indica, deve aumentar”, diz ele, mas acrescenta que é difícil de avaliar se o reforço dos laços militares a um não colega da OTAN, como a Finlândia também constituiria uma “capacidade de dissuasão regional mais forte”. 

Em uma declaração escrita na sexta-feira, a chanceler Margot Wallstrom [feminista] disse que não poderia comentar sobre o conteúdo do estudo até ser apresentado oficialmente, mas que a “linha política de segurança da Suécia é bem conhecida e mantém-se inalterada. A política de segurança deve ser de longo prazo, estável e protegida contra oscilações bruscas”. 

Ela escreveu que a resposta para o aumento das tensões na região devem ser capacidades de defesa credíveis, mais o diálogo político e amplas parcerias bilaterais internacionais, em vez de ingressar na OTAN:

A resposta não é a adesão da Suécia a OTAN. Liberdade de alianças militares nos servem bem e contribui para a estabilidade e a segurança no Norte da Europa.” 

E embora os suecos ainda sejam contra a adesão à OTAN, de acordo com uma pesquisa, em julho, o apoio à adesão tem sido crescente nos últimos anos, em grande parte, tendo em conta um medo crescente, no qual muitas pessoas percebem como a Rússia está cada vez mais agressiva, e que a própria Rússia rejeitou aquilo que chamou de propaganda anti-russa. 

O TT escreve que o relatório exclui virtualmente que a Rússia iria lançar um ataque contra a Suécia, sua vizinha. O cenário mais provável, e que também é considerado improvável, é a Suécia ser arrastada para um conflito provocado por um ataque militar da Rússia contra os seus vizinhos bálticos, os estados-membros da OTAN, Estônia, Letônia e Lituânia. 

A Rússia está estimando sua capacidade militar para assumir o controle dos estados bálticos dentro de dias, um cenário que poderia envolver o país, por estarem querendo colocar sistemas de defesa aérea em território sueco, por exemplo, na ilha de Gotland, para parar voos da OTAN sobre o Mar Báltico. 

Bringéus observa que a defesa da Suécia, apesar de caças e submarinos de alta classe, tem “falhas não insignificantes” de acordo com a opinião geral. Seria necessária assistência militar externa, mas o reforço dos Estados Unidos com forças terrestres no lugar levaria pelo menos três semanas para se estabelecer. 

No entanto, o relatório acrescenta que a adesão à OTAN não seria um atalho para resolver essas falhas militares. “Para os membros da OTAN a primeira linha de defesa são os recursos nacionais”, afirma. 

O relatório diz que é provável que a Suécia seja aceita como membro da OTAN e que levaria cerca de 12-15 meses para processar o seu pedido. Tal pedido levaria a uma crise política com a Rússia “cuja extensão é difícil de avaliar”, mas provavelmente seria limitada a retórica política e de ameaças militares. 


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