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19 de set. de 2016

Síria: guerra aberta no Conselho de Segurança da ONU, depois dos EUA bombardearem por engano um grupo de militares do regime de Assad




Euronews, 18 de setembro de 2016. 



A trégua na Síria transformou-se esta noite numa guerra aberta entre Estados Unidos e Rússia no Conselho de Segurança da ONU.

Moscovo acusou Washington de defender o grupo Estado Islâmico, depois da aviação norte-americana ter inadvertidamente bombardeado o exército sírio na cidade de Deir Ezzor.

A coligação militar internacional na Síria confirmou o ataque aéreo, sugerindo que poderia ter confundido os militares sírios com combatentes do grupo Estado Islâmico.

Para Vitaly Churkin, embaixador russo na ONU,


O que a embaixadora norte-americana fez hoje é revelador da reação do seu país quando se encontra em maus lençóis. Mas espero que encontre uma forma de convencer-nos, a nós e a toda a gente, que estão verdadeiramente a favor de um acordo político na Síria e da luta contra o terrorismo e que não vão tolerar aqueles para quem qualquer tipo de cooperação com a Rússia é mais perigosa politicamente do que o triunfo do Estado Islâmico e dos terroristas na Síria e no Iraque”.

A embaixadora norte-americana tinha abandonado momentos antes a reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU, convocada por Moscovo, para denunciar uma manobra cínica e hipócrita.

O regime de Assad tem atacado de forma intencional alvos civis, com uma horrível e previsível regularidade, e no entanto, face a estas atrocidades, a Rússia não se manifestou, nem pediu uma investigação, nem convocou uma reunião de emergência a um sábado à noite no Conselho de Segurança”, afirmou Samantha Power.

O bombardeamento norte-americano que, segundo Damasco, provocou a morte de 80 militares, arrisca-se assim a ser o derradeiro capítulo da trégua iniciada na segunda-feira e que deveria selar a cooperação militar entre Washington e Moscovo no terreno.


A trégua anunciada há uma semana na Síria parece condenada ao fracasso. Para muitos o acordo para por fim às hostilidades celebrado entre os Estados Unidos e a Rússia nunca chegou a sair verdadeiramente do papel. Ao longo dos últimos sete dias, registaram-se vários ataques aéreos e os camiões com ajuda humanitária não chegaram a obter autorização para entrar no leste de Alepo.


O embaixador sírio junto das Nações Unidas defende que o ataque da coligação internacional prova a ligação entre os Estados Unidos e o Daesh. Bashar al-Jaafari diz que esta situação prova que Washington nunca esteve empenhado em levar a bom porto esta trégua.

O ataque aéreo deste sábado em Deir Ezzor terá provocado a morte a pelo menos 60 soldados sírios. Damasco e Moscovo falam de ação premeditada. Uma acusação desmentida pelos Estados Unidos.

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