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23 de ago. de 2016

França:Sarkozy candidato ao Eliseu





Euronews, 23 de agosto de 2016. 



Nicolas Sarkozy, antigo presidente francês volta a candidatar-se ao Eliseu depois de ter sido derrotado em 2012 por François Hollande.

Face à esquerda fragmentada, Sarkozy, atual líder do partido de centro-direita Les Républicains (Os Republicanos), anuncia que é candidato às eleições presidenciais francesas num livro que chega às livrarias na próxima quarta-feira em França.

“Tudo pela França” a obra em que o ex- chefe de Estado confirma o seu compromisso eleitoral.



Inovador na política, mas também um “solitário” Arnaud Montebourg, anunciou também domingo a sua participação na corrida. Dois anos após ter sido expulso do governo, o ex-ministro da economia socialista escolheu Frangy-en-Bresse para lançar seu projeto presidencial.

Líder da extrema esquerda, Jean-Luc Melenchon, 
está igualmente em competição, assim como a ex-líder do movimento Europa Ecologia, ex-ministra no governo de Francois Hollande Celice Duflot.

À direita serão mais de uma dezena de personalidades que pretendem apresentar cadidatura nas primárias que vão acontecer nos dias 20 e 27 de novembro. Marin Le Pen correrá pelos nacionalistas da FN.

A primeira volta das eleições presidenciais realiza-se no final de abril e poderá também reeditar o confronto entre Hollande e Sarkozy.





Nicolas Sarkozy

Ninguém em França tinha dúvidas das intenções de Nicolas Sarkozy e ele mesmo admitiu que pensa na questão quando faz a barba todas as manhãs… O ex-presidente apresentou oficialmente a sua candidaturas às primárias do partido para a presidência francesa de 2017.
Fê-lo através de um livro intitulado “Tudo pela França”, onde traça as linhas do seu novo programa eleitoral.

Após um primeiro mandato de resultados mitigados, Sarkozy volta a candidatar-se em 2012, como manda a tradição e com a convocção de que pode ganhar… Mas, os ventos tinham mudado e, a 6 de maio, foi batido por François Hollande.




No seio do partido, na altura ainda sob o nome de UMP, a frustração é enorme tanto mais que o líder incontestado tinha afirmado poucos dias antes, numa entrevista:

- “Se o senhor perder esta eleição deixa a política? – “Sim” – Deixa a política? Se perder no dia 6 de maio? No dia 7 abandona a política? – Pode colocar-me a questão uma terceira vez, e digo-lhe sempre “Sim”.

A mesma segurança de sempre, para alguém que pode mudar de caminho a qualquer momento se as circunstâncias e, particularmente os seus interesses, o exigirem. A saída do palácio do Eliseu leva-o a uma breve travessia no deserto, um terreno no qual tem experiência…

Quando em 1995 decidiu apoiar Balladur contra Jacques Chirac contou com a oposição de todo o partido. Uma escolha que pagou caro. Mais tarde, em 1999, quando perdeu as eleições europeias também se viu sozinho.

De cada vez que cai, Sarkozy levanta-se com mais força. Em 2014 reassume a liderança do partido e muda-lhe o nome para “Os Republicanos”. Mas, o clã está mais desunido do que nunca. As candidaturas às primárias de novembro são já 13. É para ele o momento de se reposicionar em cavaleiro solitário, o papel que melhor domina e partir ao ataque.

“É preciso perceber que estamos em guerra. Os nossos inimigos não têm tabus, não têm fronteiras, nem pricípios. Por isso, vou utilizar palavras fortes. Serão eles ou nós. E isto é uma questão de determinação”, dizia a propósito dos atentados em França.

E determinação é o que não lhe falta. Se ganhar as primárias, Nicolas Sarkozy está convencido que o seu duelo será contra Marine Le Pen… por isso, é no terreno do "populismo" que tenta caçar os votos.

Por Maria Barradas


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