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29 de ago. de 2016

Bulgária paga o preço pela amizade com a Turquia

Presidente Erdogan chamado Bulgária como um possível exemplo para os EUA, que se recusou a extraditar o clérigo islâmico radicado nos Estados Unidos Fethullah Gulen.


Balkaninsight, 22 de agosto de 2016. 



Por Mariya Cheresheva



Bulgária cumpriu as exigências de extradições de opositores do governo turco, na esperança de evitar que Ancara desencadeasse um novo afluxo de refugiados, mas Sofia [sede do governo búlgaro] está arriscando as suas relações com os aliados ocidentais, alertam os especialistas. 

Líderes búlgaros estão mostrando “insegurança e medo” em suas recentes negociações com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que – mesmo que seja justificável, é “um mal sinal para a política estadual”, disse ao BIRN Ilian Vassilev, diplomata búlgaro e ex-embaixador em Moscou. 


Vassilev disse que após o fracassado golpe de estado na Turquia e a subsequente repressão do governo sobre os seus supostos adversários, a Bulgária está compreensivelmente agindo com muita cautela para com o seu vizinho do sul. 

“É muito mais fácil ir contra o rosnar de Erdogan, do que Viena, Berlim ou Budapeste, quando você sabe que não há muitos países-tampão entre você e a Turquia”, disse ele. “Para Sofia, é diferente.”

O primeiro-ministro búlgaro Boyko Borissov está se preparando para atender Erdogan em Istambul na sexta-feira, para discutir projetos de energia conjuntas e outras questões bilaterais. 

Após os últimos desenvolvimentos na Turquia, bem como a degradação das relações entre o regime de Erdogan com a União Europeia e os Estados Unidos, a Bulgária viu-se numa posição difícil e vulnerável. 

Por um lado o governo búlgaro tem mostrado o seu compromisso de manter relações calorosas com a Turquia, temendo o risco de Ancara inundar o país com refugiados. Por outro lado, a Bulgária – como um país membro da União Europeia e da OTAN – deve manter-se alinhada com os seus aliados ocidentais. 

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