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16 de jul. de 2016

Turquia detém 3 mil militares e demite 2.700 juízes após golpe falhado

Erdogan



Euronews, 16 de julho de 2016. 



A tentativa de golpe militar de ontem na Turquia parece dar lugar hoje a uma purga dentro do exército do país.

Quase três mil soldados foram detidos desde esta manhã, entre os quais vários oficiais acusados de estarem envolvidos nos tiroteios, bombardeamentos e ocupações de edifícios durante a noite em Istambul e Ancara.

Os confrontos entre militares e a polícia, fiel ao governo, provocaram mais de 260 mortos, entre os quais se encontram mais de duas dezenas de oficiais rebeldes.




O primeiro-ministro turco, Binali Yildrim, anunciou esta manhã o fracasso do golpe militar.

“O dia de ontem representa uma mancha negra na nossa democracia”, afirmou Yildrim, que defendeu a reinstauração da pena de morte contra os golpistas.

O chefe de governo culpou o movimento do predicador Fetullah Gulen, rival do presidente Erdogan, de estar na origem do plano para derrubar o executivo.

Durante a noite, o chamado “Conselho para a Paz na Nação”, tinha tomado os canais de televisão e bombardeado os edifícios do parlamento e as imediações do palácio presidencial em Ancara.

As forças fiéis ao regime tinham conseguido esta manhã pôr fim à ocupação do edifício do Estado Maior do Exército, libertando o chefe militar turco, sequestrado pelos revoltosos desde ontem.

Alguns militares rebeldes conseguiram, no entanto, ocupar uma fragata na base naval de Golcuk, perto de Istambul.

Sete golpistas aterraram ao final da manhã na Grécia, a bordo de um helicóptero militar turco, tendo pedido asilo ao governo do país.

Aquele que se anunciava como o terceiro golpe militar na Turquia em 23 anos poderá agora reforçar ainda mais o poder do presidente Erdogan face aos seus opositores.

A imprensa turca anunciou, ao início da tarde, a decisão do governo de demitir mais de 2.700 juízes após o golpe falhado.


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