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22 de mai. de 2016

Líbano e Cristãos sob Ameaça Islamista

GatestoneInstitute, 22 de maio de 2016.





  • Grupos jihadistas islâmicos estão ameaçando os cristãos libaneses e exigindo que se convertam ao Islã. Os cristãos libaneses, descendentes dos siríacos arameus, constituíam a maioria da população do país há apenas 100 anos.
  • Saad Hariri, político muçulmano sunita, apoiado pela Arábia Saudita, convidou cada um dos partidos libaneses ao seu gabinete para assinarem um documento assentindo que o Líbano é um país árabe. É uma clara intenção de transformar o Líbano em mais um país oficialmente árabe muçulmano.
  • O próximo passo é trabalhar para mudar a constituição do Líbano de modo que o país seja governado pela Lei Islâmica (Sharia), como já acontece em muitos países árabes e islâmicos, incluindo a Autoridade Palestina (AP). A constituição da AP reza: "os princípios da Sharia Islâmica serão a principal fonte da legislação".

Os recentes levantes no Líbano estão fazendo com que as comunidades cristãs locais temam pela própria sobrevivência como herdeiras e descendentes dos primeiros cristãos. Os cristãos do Oriente Médio estão sujeitos a um enorme genocídio, parecido com o genocídio cristão que se seguiu após a conquista islâmica do Oriente Médio no Século VII da era cristã.

Grupos jihadistas islâmicos estão ameaçando os cristãos libaneses e exigindo que se convertam ao Islã. Os cristãos libaneses, descendentes dos siríacos arameus, constituíam a maioria da população do país há apenas 100 anos.

A exigência para que os cristãos se convertessem ao Islã constituiu uma das declarações emitidas pelo ISIS e por outros grupos islâmicos que se escondiam na fronteira montanhosa entre a Síria e o Líbano.

Saad Hariri, político muçulmano sunita, apoiado pelos sauditas, filho do Primeiro Ministro Rafik Hariri, assassinado, convidou recentemente cada um dos partidos libaneses ao seu gabinete para assinarem um documento assentindo que o Líbano é um país árabe. País árabe equivale dizer leis islâmicas, conforme adotado por todos os membros da Liga Árabe. Por que é tão importante para Hariri ou para o mundo islâmico e sunita incluir o Líbano como país árabe e cancelar seu nome atual de estado libanês?

E por que os países árabes, incluindo a Autoridade Palestina (AP), se recusam a reconhecer Israel cuja população judaica compreende 80% dos habitantes como estado judeu, ao mesmo tempo em que procuram impor a definição de país árabe sobre o Líbano, cuja população compreende 35% de cristãos não árabes?

Há cerca de um milhão de siríacos maronitas no Líbano, bem como 700.000 cristãos pertencentes a outras igrejas. Além disso, mais de oito milhões de siríacos maronitas vivem na diáspora. Esses oito milhões de cristãos fugiram no decorrer dos séculos por conta da perseguição dos muçulmanos, amiúde conquistadores da terra natal dos cristãos. O Líbano nunca foi estritamente árabe ou muçulmano. Mas é este passo que Saad Hariri, uma face amigável da ideologia expansionista do ISIS quer que aceitemos, sob o disfarce de uma frente sunita secular, moderada e moderna.



Saad Hariri, político muçulmano sunita no Líbano, apoiado pelos sauditas, convidou recentemente cada um dos partidos libaneses ao seu gabinete para assinarem um documento assentindo que o Líbano é um país árabe. Foto acima: Saad Hariri (direita) com o falecido Rei Saudita Abdullah (esquerda) em 2014.



O pedido de Hariri revela o que o mundo muçulmano planeja para o Líbano, Israel e futuramente para a Europa e Estados Unidos. É imperativo que as potências mundiais protejam as minorias cristãs, judaicas e demais minorias do Oriente Médio. Tanto o Líbano quanto Israel precisam continuar sendo a terra natal das minorias perseguidas do Oriente Médio –– terra natal de cristãos no Líbano e terra natal de judeus em Israel –– conectados um ao outro geograficamente, um assistindo o outro economicamente e, quem sabe, logo com um acordo de paz que dê espaço para a formação de uma ponte pacífica no âmbito cultural e de direitos humanos entre o Ocidente e o Oriente.

Bashir Gemayel, o grande líder cristão maronita libanês que foi assassinado depois de eleito presidente em 1982, alertou o Ocidente durante a Guerra Civil do Líbano que se as forças islâmicas que combatiam os cristãos vencessem, elas se dirigiriam contra o mundo ocidental, como de fato está acontecendo agora.

Este acordo de denominação de estado árabe libanês sendo agenciado pela liderança sunita tem a clara intenção de transformar o Líbano em mais um país oficialmente árabe muçulmano. O objetivo é negar os direitos do povo nativo daquela terra, da mesma maneira que os coptas cristãos do Egito foram atropelados e como os cristãos siríacos arameus do Iraque foram atropelados. No Líbano o povo autóctone é o cristão fenício aramaico –– especialmente o maronita –– que ainda conserva o siríaco (língua que Jesus falava) como sua língua sagrada. Um total de 95% dos vilarejos libaneses ainda são chamados pelos nomes siríacos aramaicos. O Islã e a língua árabe chegaram ao Líbano mais tarde da Península Arábica, após o século VII.

A desejada medida, tomada por Hariri, também poderá receber o apoio do partido muçulmano xiita Hisbolá: tanto os sunitas quanto os xiitas são islâmicos. O próximo passo é trabalhar para mudar a constituição do Líbano de modo que o país dos cedros seja governado pela Lei Islâmica (Sharia), como já acontece em muitos países islâmicos, incluindo a Autoridade Palestina. O artigo 4 da constituição do futuro estado palestino ressalta com muita clareza: "os princípios da Sharia Islâmica serão a principal fonte da legislação".

A implementação da Lei Islâmica (Sharia) significa ter a soberania e o controle muçulmano sobre a comunidade cristã aramaica.

Se esta ideologia islâmica, implementada em tantos países não é racismo, então o que é racismo?

Por que o mundo livre, incluindo as igrejas e os líderes ocidentais seculares, permanece em silêncio e demoniza somente o Israel judaico justamente por ele se proteger daquela mesma ameaça e daquela mesma ideologia?

"Falai a verdade e ela vos fará livres". Os cristãos do Líbano e de todo o Oriente Médio conseguirão sobreviver somente se adotarem esta sagrada sentença.

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