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23 de mar. de 2016

Policiais belgas pediram aos muçulmanos para ajudar-lhes a encontrar os responsáveis pelos atentados e foram ignorados

Lembre-se disso da próxima vez em que você ouvir historias na mídia, chorando pela forma desconfiada com a qual os moradores olham os muçulmanos dessas áreas onde residiram os jihadistas. 







MailOnline, 23 de março de 2016. Por Jake Wallis Simons



Cidade do Jihad: Mapa revela como os fanáticos do Estado Islâmico estabeleceram redes de terror debaixo do nariz das autoridades policiais

Os policiais no Distrito de Schaerbeek disseram que pedidos para que os ajudassem foram ignorados. 

As sementes das explosões terroristas que sacudiram a Europa foram plantadas por uma irmandade de amigos de infância que cresceram apenas alguns metros de distância uns dos outros, em uma parte de Bruxelas, apelidado de ‘cadinho do terrorismo’. 


A Polícia seguia os rastros dos assassinos terroristas por trás das atrocidades na França e na Bélgica, e tem repetidamente chegado a um único bloco de habitação em Molenbeek, um distrito de Bruxelas, conhecido como um viveiro do jihadismo.

A central mortal fica na cada da família de Abdeslam, um apartamento no primeiro andar em Gameenteplaats, atrás da estação de Polícia local – e ao virar a esquina, a casa de Abdelhamid Abaaoud, o cérebro por  trás dos ataques de Paris. 

Abaaoud, o pivô da célula terrorista, foi morto em uma intensa troca de tiros com a Polícia em Saint-Denis, Paris, no rescaldo dos massacres de novembro. Ele emergiu como o líder do grupo, juntamente com Salah Abdeslam. 

Os irmãos de Salah e Brahim Abdeslam estavam envolvidos no massacre em Paris, no qual Brahim, de 31 anos, foi morto em um ataque suicida no restaurante Comptoir Voltaire. 

Entende-se que Salah, de 26 anos passou a correr sem detonar o colete suicida. 

Salah, que é acusado de fazer as bombas utilizadas nos ataques, e foi preso na semana passada na esquina da casa da família, em uma batida policial frenética, depois de quatro meses em fuga. Também se acredita que ele pode ter sido envolvido nos ataques de Bruxelas, com uma “Nova rede” de fanáticos. 

Apenas a alguns metros dos apartamentos de Abdeslam e Abaaoud está a casa da família de Mohamed Abrini, de 30 anos, que levou os irmãos Abdeslam a Paris para realizar os ataques, ele é acusado de estar envolvido com o caso em Bruxelas. Ele continua foragido, e a Polícia está desesperadamente tentando localizá-lo. 

Abrini é um amigo de infância de Salah Abdeslam, e pensa-se que os dois se radicalizaram juntos. Além disso, o irmão mais novo de Aberini, Souleymane, de 20 anos, morreu em 2014, na Síria, enquanto lutava na mesma unidade militar do Estado Islâmico com Abaaoud. 

Ontem, um membro da família na propriedade de Abrini disse ao MailOnline que ele estava “em estado de choque” após as recentes atrocidades, e temia que Abrini pudesse estar mais uma vez envolvido.

A rede unida não termina aí. A curta distância das residências de Abdeslam e Abrini está a casa de Ayoub El Khazzani, o terrorista que lançou uma bomba num ataque mal sucedido no trem de Amsterdam para Paris, em agosto do ano passado. 

O vinculo estreito compartilhado entre o grupo de irmãos lança nova luz sobre os perigos que ameaçam a Europa, onde os esforços de um pequeno grupo de amigos de infância pode fazer com que o continente inteiro ficasse de joelhos. 

Ele também permitiu que a Polícia juntasse as peças do processo pelo qual foram radicalizados, e identificaram quais os membros da célula que eram os sustentáculos dos que estavam sob o seu feitiço. 

Permanecem duvidas sobre como o bando de homens jovens, todos eles cidadãos belgas, podem ter se transformado em monstros amantes da morte, mostrando lealdade uns para com os outros, porém um profundo ódio para com o seu país e concidadãos. 

Embora Molenbeek é o centro do grupo, à noite passada foi revelado que Salah Abdeslam tinha se levado suas operações para Shaerbeek, um distrito de Bruxelas, a três milhas de distância. 

É lá que a notória fábrica de bombas está localizada, onde os irmãos El Bakraoui prepararam-se para os ataques dessa terça-feira.

Ibrahim El Bakraoui, de 30 anos, realizou o bombardeio no aeroporto, e o seu irmão Khalid, de 27 anos, se explodiu no Metro de Maelbeek na terça feira de manhã. 

Dentro do apartamento no quinto andar do bloco em ruínas, foram encontrados materiais explosivos e uma bandeira do Estado Islâmico.

Os irmãos assassinos tomaram um táxi para ir até o local dos ataques com um quarto suicida, que continua foragido. 

Também envolvido na trama em Bruxelas o “Homem branco” Najim Laachraoui, que escapou da explosão no aeroporto e ainda está foragido. Ele também viveu em Schaerbeek. 

Os irmãos Bakraoui alugaram um apartamento no subúrbio florestal de Bruxelas. Policiais armados invadiram o endereço na terça-feira e mataram a tiros o argelino Mohamed Belkaid. 

MailOnline falou com Mohammed Abdeslam, irmão do primeiro suspeito, fora da casa da família. 

Os oficiais falaram das cenas duma das batidas policiais que ocorreram no distrito ontem à noite, perto da mesquita Ahl Alá.

Enquanto a Polícia tentava controlar a multidão de homens jovens do Oriente Médio e do norte da África que se reuniam para assistir, eles foram ridicularizados com buzinas e barulhos de frango. 
Policiais mascarados prenderam pelo menos três jovens antes de restaurarem a ordem. 

Não há nenhum terrorista nesta rua. A Polícia está fazendo isto para nos sentirmos péssimos”, disse Mohammed de 27 anos, rodeados por vários outros jovens. 

Porém, Sofian, de 27 anos, disse que estava preocupado que a investigação do ato de terror no distrito sujasse o seu nome. 

Foi apenas uma ou duas pessoas que passaram a viver aqui”, disse ele. “Há células terroristas por toda Bruxelas, não apenas em Schaerbeek.”. 

Embora Molenbeek, há muito tempo tenha certa reputação com o islamismo radical é Schaerbeek que está sendo jogada no centro das atenções nas últimas fases da investigação sobre os ataques em Bruxelas. 

Apenas algumas horas após uma série de explosões que mataram 34 pessoas na capital e feriu centenas mais, a Polícia encontrou uma bomba de pregos, produtos químicos e uma bandeira do Estado Islâmico dum terrorista num apartamento no bairro.

Najim Laachraoui, um suspeito de estar envolvido com o Estado Islâmico cujas amostras de DNA foram encontradas nas bombas utilizadas nos ataques em Paris, alugou um apartamento em Schaerbeek, e acredita-se que o suspeito dos ataques em Paris, Salah Abdeslam tenha sido enfurnado em um apartamento lá por três semanas após os massacres na França. 

Suspeitas de que Abdeslam também comandou as atrocidades em Bruxelas surgiram quando a Polícia belga encontrou suas impressões digitais em detonadores destinados a serem utilizados nos ataques, de acordo com uma fonte anônima. 

As últimas revelações vieram depois que o Ministro de Relações Exteriores da Bélgica, Didier Reynders, disse em uma conferência no dia após a prisão de Abdeslam que o jihadistas “estavam prontos para iniciar algo em Bruxelas” usando uma nova célula terrorista que tinham formado. 

Nós encontramos uma grande quantidade de armas, armas pesadas nas primeiras investigações, e temos visto uma nova rede de pessoas ao reder dele em Bruxelas”, disse ele. 

Hoje, o MailOnline falou com Mohammed Abdeslam, irmão do primeiro suspeito, fora da casa da família. 

Eu não posso te dizer se o meu irmão era o suspeito que estava envolvido no ataque de hoje, porque se eu dissesse que eu sabia, eu estaria em um grande problema agora”, disse ele antes de ir embora no seu BMW preto 4X4. 


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