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6 de mar. de 2016

Migrantes que vivem em acampamentos feitos de madeira no norte da França serão colocados em balsas e enviados para a Grã-Bretanha, um dia depois duma votação para decidir se o país sai ou não da União Europeia, adverte um Prefeito francês ontem à noite.




ExpressUK, 7 de março de 2016.



Por James Murray




Franck Dhersin disse que o acordo Touquet, que foi assinado em 2003 que estabelece uma fronteira do Reino Unido nos portos franceses, será rasgado logo depois da votação do referendo para a saída do Reino Unido da União Europeia, permitindo que o governo francês contrate balsas DFDS para iniciar um êxodo em massa imediatamente. 

A empresa de balsas que opera a partir de Calais e de Dunirk para Dover.  

Gendarmes[guardas] franceses seriam chamados para policiar as embarcações quando as evacuações começarem. 


O senhor Dhersin, é um Prefeito de postura rígida para com uma forte comunidade de 7.000 pessoas em Teteghem, um grande subúrbio de Dunkirk, em que ele contribuiu para o fechamento dum acampamento de imigrantes, ano passado, na cidade, onde disparos haviam ocorrido entre gangues de imigrantes ilegais rivais. 

Os planos para a evacuação de balsas em massa tem o apoio total da Prefeita de Calais, Natalie Bouchart e de Xavier Bertand, o poderoso presidente recém-eleito da região de Nord-Pasde-Calais-Picaradie.

Em uma entrevista exclusiva com o Sunday Express, o senhor Dhersin disse: “Nós todos acreditamos que os britânicos vão votar pela saída da União Europeia, por causa do aumento do nacionalismo, não só no seu país, mas em outros países europeus. Então o acordo de Touquet que temos no momento, que coloca uma fronteira entre o Reino Unido e a França, irá rapidamente chegar ao fim. Não há qualquer duvida que deixe de existir. A fronteira irá se mover para Dover e assim os imigrantes que vêm para Calais e outros portos da cidade no norte da França, então, serão colocados em balsas DFDS e levados para Dover. Isso irá acontecer. O povo de Dunquerque e Calais tiveram o suficiente. Nós somos os funcionários e isso é o que foi decidido.”. 

Ele acrescentou: “Eu tenho certeza que isso vai acontecer, então é melhor a Grã-Bretanha começar a se preparar. Em dois anos não haverá mais problemas no norte da França. Esta não é uma ameaça da boca para fora, é isso que vai acontecer.”.


Um funcionário do governo local que trabalha no norte da França disse: “Temos olhado de perto o tratado com a Grã-Bretanha e pensamos que pode ser desfeito rapidamente. Temos vivido com a questão dos imigrantes por 10 anos ou mais e não estamos impressionados com a posição britânica de votar por sair da União Europeia. Nós pensamos que isso é bem provável. Vemos isso como uma oportunidade para resolver este problema e deixar este acordo feito com eles.”. 

Ele acrescentou que não há planos para levar os imigrantes através do túnel da Mancha, se a Grã-Bretanha votar em sair. 

                                     
                              
Damian Collins, MP conservador que saiu em defesa de Folkestone e Hythe, para a campanha da permanência do Reino Unido, disse: “Isso só serve para mostrar a grave ameaça que se coloca diante de nossa autoridade para gerir as nossas fronteiras com a França, e a perspectiva é muito real de que podemos perder este poder. Os políticos franceses estão desesperados porque estes poderes podem ir embora, porque eles podem ver que os imigrantes permanecerão do seu lado no Canal.”. 

Ele acrescentou que, embora a Grã-Bretanha ainda possa afastar os desembarques de imigrantes em suas costas, ele teme pelo caos que se seguiria no país, e no tocante a sua relação com a França. No entanto, a ameaça da Prefeita provocou uma resposta irritada do MP conservador Steve Baker, copresidente dos Conservadores para Grã-Bretanha, que alertou: “O povo britânico não vai responder bem a essa chantagem. Estas são ameaças vazias. Quaisquer imigrantes trazidos em uma balsa para o Reino Unido ilegalmente serão enviados de volta para a França e as empresas de balsas serão multadas. Queremos ter relações amistosas com todos os países europeus, depois que votarmos pela saída. Todos falam que recriminação é contraproducente.”. 

Dan Hannan, MEP conservador para o Sudeste da Inglaterra, concordou, dizendo: “Se os políticos franceses acham que o povo britânico não vai responder ao bullying e as ameaças, eles não leram bem a nossa história”. 

Embora o acampamento de imigrantes em Teteghem tenha ido, ainda há um grande acampamento com 1.500 imigrantes em Grand-Synthe, nos arredores de Dunquerque. 


A Polícia francesa patrulha o local, que fica ao lado dum conjunto habitacional em construção. 

Amanhã a Polícia francesa vai passar pelo local usando a força para mover alguns dos imigrantes em abrigos de madeira nas proximidades.

Se eles encontrarem qualquer resistência eles vão usar gás lacrimogêneo. 

O senhor Dhersin disse: “É o melhor para as famílias que têm casas de madeira, mas este não é um plano de longo prazo”. 

Ele disse que muitos imigrantes de Calais e outras áreas foram movidos para esvaziar os acampamentos de férias em toda a França. 

O plano é levá-los para longe dos traficantes de seres humanos e dar-lhes um lugar melhor para ficar. Nós perguntamos a eles se querem ficar na França, mas apenas cerca de quinze por cento querem. O resto quer ir para a Inglaterra.”


Na primavera, quando o tempo melhora, ele espera que a maioria das pessoas nos campos de férias volte para Calais para tentar embarcar ilegalmente em trens, caminhões ou carros para a Inglaterra. 

O trabalho de demolição das casas improvisadas e sujas no acampamento na selva em Calais será retomado amanhã com as famílias e crianças desacompanhadas que deverão ser transferidas para uma melhor acomodação temporária nas proximidades. 

Anarquistas, britânicos e alemães, têm encorajado os imigrantes a confrontar a Polícia, e tem havido furiosos confrontos. 

No entanto, na sexta-feira as tensões foram reduzidas enquanto os imigrantes jogavam cricket sorridentes diante dos “gendarmes” sob o sol de inverno. 

Um afegão, llias, disse: “Estamos tentando dizer à Polícia que não queremos brigar. Não é justo nossos filhos terem gás lacrimogêneo jogado sob o acampamento.”. 


Apesar de cinco “acres(campos) terem sido suprimidos ainda há um centro jurídico internacional, um teatro e uma igreja. 

Os números oficiais mostram um recorde de 1,25 milhões de requerentes de asilo que chegaram a União Europeia no ano passado, o que representa um aumento de 563.680 com relação a 2014.

No ano passado, foram apresentados 38.400 pedidos  ao Reino Unido, um aumento de 19 por cento em relação ao ano anterior.

Na semana passada o Ministro de Economia francês, Emmanuel Macron, disse que o acordo de Le Touquet estaria ameaçado por uma saída da Grã-Bretanha da União Europeia. 


Fonte:http://www.express.co.uk/news/uk/650120/France-ferries-Calais-migrants-Britain-hours-EU-out-vote-referendum-Brexit

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