7 de jun. de 2022

Eurodeputados passam pacote "Fit for 55" a pente fino: taxando empregadores e não os empregados



Euronews, 07/06/2022 



Por Christopher Pitchers 



A temperatura está a aquecer no Parlamento Europeu, numa altura em que os eurodeputados discutem a futura política climática da União Europeia (UE).

Em Estrasburgo, debateu-se, esta terça-feira, o pacote legislativo de medidas ambientais "Fit for 55", um ambicioso plano apresentado pela Comissão Europeia para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em pelo menos 55%, até 2030, relativamente aos níveis de 1990, e atingir a neutralidade climática até 2050.

Se forem aprovadas, as medidas terão um forte impacto na vida dos Europeus, a começar pela mobilidade.

Os planos iniciais contemplavam o desaparecimento do veículos com motor a gasolina e a diesel até 2035, algo que os eurodeputados do grupo dos "Verdes" aprovam, mas que os conservadores e a extrema-direita recusam.

"Dizemos que até 2035 não deve haver motores de combustão novos no mercado e eles querem parar isso. Querem vender carros com motor de combustão, carros movidos a combustíveis fósseis para sempre. Isso é realmente absurdo porque, por um lado, a maioria dos fabricantes de automóveis - Mercedes, Volkswagen dizem que em 2030 já só querem ter carros elétricos. e estamos a falar do ano de 2035. Então, estamos realmente a debater longe da realidade", disse à Euronews Michael Bloss, eurodeputado alemão do Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia.

Não é o único plano polémico.

No ano passado, a Comissão Europeia propôs um imposto de carbono no gás e combustível que as empresas produzem, o que se teme que possa vir a ser transferido para os cidadãos.

Alguns eurodeputados colocaram agora termo à ideia, como explicou Pascal Canfin, eurodeputado francês do grupo Renovar a Europa e presidente da comissão parlamentar para o ambiente: "a resposta muito clara para as famílias, quer falemos sobre carros, quer falemos sobre aquecimento ou refrigeração, é que o Parlamento não seguirá a proposta da Comissão Europeia de um imposto sobre o carbono, sobre as famílias. Matou-se essa ideia há semanas atrás numa comissão parlamentar de meio ambiente e ninguém está disposto a reabrir isso no plenário e não vai acontecer."

Esta quarta-feira, o pacote de medidas vai a votos entre os eurodeputados, o que pode abanar as ambições da Comissão Europeia para atingir a neutralidade climática em 2050.

Nota do editor do blog:  só o fato dessa proposta imbecil de “imposto de carbono” ter sido discutida, mostra a disposição dos líderes não-eleitos em querer tomar decisões contra a vontade da maioria dos cidadãos nacionais na Europa. Se não bastassem os líderes de comissões, que não receberam um único voto para estarem lá, ainda por cima os eurodeputados, eleitos por vários outros países e que fazem coalizão entre si, querem impor aos cidadãos metas climáticas impossíveis. Eles ainda tentam acalmar o público pelo fato de que não querem repassar a conta para as famílias, mesmo que sua proposta tenha mudado de “famílias” para empresas, pois admitem seu temor de que as empresas repassem. É óbvio que as empresas repassarão o preço para os produtos e o consumidor final: elas não produzem de graça, e não trabalham para a União Europeia, mas sim para os consumidores, seja em seus países onde têm sua matriz, ou em suas filiais nos demais estados-membros. A única forma de disfarçar esse repasse de custos ao consumidor seria se a União Europeia assumisse o livre mercado e estatizasse a indústria em todo continente europeu, pois só assim conseguiriam fingir que o problema está além do escopo da indústria, e que as medidas tomadas (para combater as fantasiosas mudanças climáticas) são necessárias. A ideia de inserir carros elétricos no mercado é uma completa besteira: ninguém tem dinheiro para comprar um carro elétrico hoje, além disso, o projeto deles é acabar com a mobilidade humana individual, e coletivizá-la, ou automatizá-la, de modo que os humanos nem essa capacidade tenham mais. Você pode pegar um táxi, mas não será um humano que o dirigirá. A meta deles é essa. Além disso, eles ainda pretendem diminuir população, o que fará com que a ideia de “carros elétricos para todos” seja mais um frenesi. Junte isso mais o Sistema de Crédito Social, e você terá não só a mobilidade apenas como mais um "direito", bem como a moeda como um simples sistema de pontuação para que você possa acessá-los. Belo futuro esse que eles imaginam. 

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Fontehttps://pt.euronews.com/my-europe/2022/06/07/eurodeputados-passam-pacote-fit-for-55-a-pente-fino

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