27 de fev. de 2018

Pobreza extrema na Venezuela atinge recorde de 61,2% em 2017 impulsionada pela hiperinflação




Epoch Times, 27 de fevereiro de 2018. 



6 em cada 10 venezuelanos (59,6%) afirmam ser beneficiários de algum programa social

De acordo com uma pesquisa, “a pobreza na Venezuela subiu para 87% em 2017, impulsionada pela hiperinflação que destruiu a renda”.

O Levantamento das Condições de Vida na Venezuela (Encovi, na sigla em espanhol) descobriu que a pobreza atingiu 25,8% e a pobreza extrema 61,2% da população, em comparação com 30,3% e 51,5% do ano anterior, respectivamente.


“Somos um país que empobreceu de forma generalizada e que sofreu uma enorme deterioração na qualidade de vida de todos os seus habitantes”, assim resumiu a socióloga María Gabriela Ponce os resultados de uma pesquisa apresentada neste dia 21 de fevereiro na sede da Universidade Católica Andrés Bello, em Caracas.

A queda dos salários passou de 81,8% em 2016 para 87% em 2017. Isso significa que quase 9 em cada 10 famílias não possuem recursos para adquirir o mínimo de bens necessários. Entre 2014 e 2017, a porcentagem de famílias em situação de pobreza cresceu 38%.

“A maioria dos venezuelanos está abaixo da linha da pobreza porque os salários não conseguem acompanhar a velocidade da inflação”, afirmou.

No entanto, o regime comunista de Nicolás Maduro se recusa a reconhecer índices elevados de pobreza, inclusive em seus relatórios mencionam uma tendência consecutiva de redução da pobreza.

Em sua estatística mais recente de 2016, o regime situou a pobreza em 18,1% e a pobreza extrema em 4,4%.

A Venezuela fechou o ano de 2017 com uma inflação de 2.600%, de acordo com o Parlamento de maioria opositora, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) a projeta em 13.000% para 2018

O Parlamento venezuelano é o único órgão oficial que publica índices de inflação, depois que o Banco Central parou de oferecer números sobre este e outros indicadores econômicos em 2015.

A pesquisa realizada entre julho e setembro em 6.188 residências revelou que 56,2% caíram recentemente na pobreza, enquanto 30,4% estão em “pobreza crônica”.


Em relação à pobreza causada pela redução de salários, após 4 anos de crise ininterrupta o resultado é catastrófico. O salário mínimo nacional de 797.510 bolívares, hoje, só dá para pouco mais de dois quilos de carne.

Como resultado, 6 em cada 10 venezuelanos (64%) perderam aproximadamente 11 Kg de peso no último ano devido à fome.

Cerca de 8,2 milhões de venezuelanos fazem duas ou menos refeições por dia e as refeições que consomem são de má qualidade, principalmente tubérculos. Além disso, as proteínas estão desaparecendo da dieta.

A pesquisa também descobriu que 9 em cada 10 venezuelanos não podem pagar por sua alimentação diária e que 8 em cada 10 venezuelanos declararam ter comido menos, porque não tinham comida suficiente em casa ou devido à escassez.

Este é o contexto em que Maduro aspira à reeleição na votação de 22 de abril e após ter lançado (quase dois anos atrás) um plano para distribuir alimentos subsidiados, que segundo ele, beneficia seis milhões de famílias.


A pesquisa revelou que 6 em cada 10 venezuelanos (59,6%) afirmam ser beneficiários de algum programa social, ou seja, 13,4 milhões de pessoas.

Desse total, 94% recebem auxílio dos programas de alimentos ou “Bolsas CLAP”.

Embora as cestas básicas cheguem a 75% das famílias, mais de metade (53%) as recebe sem periodicidade fixa. Esta situação é mais acentuada em pequenas cidades e aldeias, onde apenas 2 em cada 10 famílias as obtêm mensalmente.

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