15 de dez. de 2016

Alemanha – grupos do golfo estão “apoiando os islâmicos na Alemanha”: diz relatório

Controverso pregador salafista alemão Pierre Vogel em Hesse.



The Local De, 13 de dezembro de 2016. 



Três grandes fontes de notícias alemãs relataram que os grupos religiosos da Arábia Saudita, do Kuwait e do Qatar têm apoiado cada vez mais os salafistas na Alemanha, levantando preocupações entre as agências de inteligência. 

O Suddeutsche Zeitung (SZ), bem como os radiofusores NDR e WDR relataram na terça-feira que relatórios das agências de inteligência alemãs mostram um aumento no apoio a grupos religiosos por três países do Golfo para os salafistas na Alemanha. 

Os meios de comunicação afirmam que essas organizações ajudaram a construir instalações escolares, mesquitas e enviaram pregadores à Alemanha para compartilharem uma versão fundamentalista do Islã. 

SZ relata que as agências alemãs de inteligência BND e BfV estão preocupadas que a forma intolerante e ultraconservadora do Islã possa se espalhar. Atualmente estima-se que haja 10.000 membros no meio salafista, e acredita-se que os refugiados também podem estar sendo atraídos por ele. 

Em particular, os relatórios dos meios de comunicação falam a respeito da Sociedade do Renascimento da Herança Islâmica [Revival of Islamic Heritage] (RIHS) do Kuwait, a Fundação da Caridade do Xeique Eid do Qatar e a Liga Mundial Muçulmana da Arábia Saudita. O RIHS, por exemplo, foi colocado pelos Estados Unidos em 2008 em uma lista em que é proibido os cidadãos norte-americanos fazer negócios com a organização depois que o governo de Washington descobriu que ela estava fornecendo apoio financeiro à Al-Qaeda e suas filiais. 

RIHS também forneceu apoio financeiro para atos terroristas”, disse o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos na época. 

De acordo com o SZ, o RIHS tentou estabelecer um centro salafista no estado ao sudoeste de Baden-Wurttemberg, mas a polícia interveio para parar o projeto de construção de 3.330 metros quadrados, que a BfV chamou de “parte duma estratégia para fazer proselitismo no sul da Alemanha”. 

O RIHS negou as ligações à violência e ao terrorismo, mas não respondeu aos meios de comunicação alemães sobre o seu relatório. 

Enquanto o BfV observa que não parece haver nenhuma distinção feita dentro do RIHS entre “proselitismo salafismo e jihadismo”, a agência de inteligência também observa que não há evidências de que as “estruturas e redes salafistas violentas” estejam sendo apoiadas. 

E embora a Arábia Saudita insista que tais grupos são independentes de seu governo, as agências de inteligência dizem que os grupos estão “intimamente ligados às agências governamentais em seus países de origem”. 

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