30 de out. de 2016

EUA ordenam saída dos familiares de pessoal consular em Istambul

A ordem foi dada neste sábado


DN, 29-30 de outubro de 2016. 




Washington alertou para o facto de grupos extremistas estarem a visar cidadãos americanos para ataques, adiantou a AFP

Os Estados Unidos ordenaram neste sábado a saída dos familiares do pessoal do consulado norte-americano em Istambul.

A ordem de saída acontece depois de já durante a semana o Departamento de Estado norte-americano ter lançado um alerta para os cidadãos americanos, o que reflete a preocupação dos EUA com "ameaças crescentes de grupos terroristas", refere a AFP.
A decisão de retirar as famílias foi tomada "com base em informação de segurança que indicava que os grupos extremistas estão a prosseguir esforços agressivos para atacar os cidadãos americanos em áreas de Istambul onde residam ou que frequentem".

Na segunda-feira, o Departamento de Estado alertou os cidadãos dos EUA para que "considerassem cuidadosamente a necessidade de viajar para a Turquia neste momento". Existe ainda um alerta já antigo para viagens ao sudeste do país.

"Turistas americanos e estrangeiros foram explicitamente visados por organizações terroristas locais e internacionais na Turquia", dizem ambos os alertas recentes.

O Governo do presidente Recep Tayyip Erdogan colocou a Turquia em estado de emergência depois da tentativa de golpe de Estado falhada de 15 de julho por militares descontentes com o regime, o que desencadeou uma repressão sobre suspeitos de dissidência.

Hoje mesmo, Erdogan anunciou que a reposição da pena de morte será submetida em breve ao parlamento, mas sem avançar uma data, vincando que as críticas do Ocidente a este respeito "não contam".

Dois dias depois da tentativa de golpe de Estado na Turquia, a 15 de julho, o presidente Erdogan prometeu eliminar "o vírus" faccioso no seio do Estado e evocou uma possível reposição da pena capital, provocando a indignação da União Europeia (UE), com quem Ancara mantém relações tempestuosas.

A pena de morte foi abolida em 2004 no âmbito da candidatura de Ancara à entrada na UE e o seu restabelecimento poderá dificultar as negociações sobre uma adesão da Turquia, agravando assim as preocupações relativas ao Estado de direito.

Mais de 35 mil pessoas foram detidas na Turquia no quadro das investigações abertas após a tentativa de golpe de Estado.

Ainda antes do golpe falhado, a Turquia já estava a combater uma renovada insurgência separatista curda e a lidar com a guerra na vizinha Síria, incluindo os ataques do autoproclamado Estado Islâmico.

Nos últimos meses houve vários ataques bombistas em cidades turcas atribuídos a diferentes grupos, e há uma tensão crescente no país, com Erdogan a purgar o seu Governo de alegados apoiantes do clérigo exilado nos EUA Fethullah Gulen, acusado pela Turquia de estar na origem do golpe de Estado falhado.

Os EUA aceitaram analisar um pedido de extradição do clérigo, que nega qualquer ligação à intentona, mas avisaram que o pedido tem de respeitar os "padrões de prova" americanos.

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