29 de mar. de 2016

França: Critique o Islã e Viva sob Proteção Policial

Gatestone, 29 de março de 2016.





  • "Após alguns momentos de pânico, parei para pensar: o motivo dessas ameaças é porque minha luta gorou os planos da Irmandade Muçulmana trazendo-os à luz do dia. Eu decidi não desistir". — Laurence Marchand-Taillade, Secretária Nacional do Parti Radical de Gauche (Partido Radical da Esquerda).
  • O escritor francês Éric Zemmour vive sob proteção policial. Dois policiais o acompanham onde quer que ele vá, incluindo o tribunal onde organizações muçulmanas tentaram difamá-lo e ao seu trabalho, acusando-o de "islamofobia" para silenciá-lo.
  • Na França a temporada de caça aos críticos do Islã ainda está aberta.

"Você está marcada para morrer. É só uma questão de tempo". Essa mensagem, em árabe, foi enviada por islamistas a Laurence Marchand-Taillade, Secretária Nacional do Parti Radical de Gauche (Partido Radical da Esquerda). Agora ela vive sob a proteção da polícia francesa.


Marchand-Taillade forçou a Irmandade Muçulmana a retirar, sob pressão do Ministro do Interior da França, seu convite a três fundamentalistas islâmicos a uma conferência em Lille. Os islamistas em questão eram o sírio Mohamed Rateb al Nabulsi, o marroquino Abouzaid al Mokrie e o saudita Abdullah Salah Sana'an, que acreditam que a pena para a homossexualidade deveria ser a morte, que a coalizão internacional contra o Estado Islâmico é "descrente", que os judeus "destroem as nações" e que somente a música religiosa deveria ser permitida.

Laurence Marchand-Taillade publicou um artigo no jornal Le Figaro no qual defende o banimento desses islamistas juntamente com suas "mensagens antissemitas e pró-jihadistas".

Na revista Marianne, Marchand-Taillade escreveu, juntamente com o jornalista francês/argelino Mohamed Sifaoui, um artigo pleiteando a renúncia dos líderes do Observatório do Secularismo.

Marchand-Taillade me disse em uma entrevista: "eu sou a presidente de uma associação que apóia o secularismo em Val-d'Oise,

"e por anos venho observando concessões e sacrifícios descabidos do Observatório Nacional do Secularismo, que incentiva uma forma de vida social em comunidades por meio da participação em foros como Nós estamos Unidos, com o artista do rap Médine, que defendeu a crucificação dos secularistas, a Coletividade contra a Islamofobia e Nabil Ennasri, membro da Irmandade Muçulmana do Qatar. O presidente do Observatório do Secularismo Jean Louis Bianco elogiou essas organizações salafistas que estão em guerra com os nossos valores.
"Desde os primeiros meses de 2014 eu também comecei a informar às autoridades quando da chegada de imãs como Nader Abou Anas, que defende o estupro no casamento e Hatim Abu Abdillah, que garante castigo cruel para as mulheres. Em seguida fui para Lille, permaneci na cidade nos dias 6 e 7 de fevereiro, onde Tariq Ramadan entre outros estavam doutrinando nossos jovens". Desde então a vida dela nunca mais foi a mesma.

De que maneira ela reagiu à sentença de morte?

"Após alguns momentos de pânico, parei para pensar: o motivo dessas ameaças é porque minha luta gorou os planos da Irmandade Muçulmana trazendo-os à luz do dia. Eu decidi não desistir. Os islamistas iniciaram um longo processo de infiltração em todos os setores da sociedade civil. O conceito se baseia nas doutrinas escritas por Hassan al-Banna, avô de (Tariq) Ramadan. Sua bandeira mostra duas espadas e o Alcorão, doutrinação e violência são seus métodos para alcançar o poder. A França foi o país escolhido por diversas razões: ela tem uma vasta população do Norte da África, é um país secular no qual é possível usar as liberdades da democracia como arma contra ela mesma, além de ter política fraca. A única maneira de estancar a ameaça é reiterar o secularismo e o pleno livre arbítrio. Não podemos permitir que parcelas inteiras da população francesa caiam na armadilha de odiarem o país em que nasceram e, acima de tudo, que os considera parte integrante da nação. É a opção da civilização, uma vez que há uma investida para destruir dois séculos de progresso da humanidade".

O que está acontecendo com Marchand-Taillade, a necessidade de 24 horas de proteção policial pelo fato dela ter exercido seu direito constitucional de usufruir da liberdade de expressão, nos diz muito sobre a França, onde dezenas de acadêmicos, intelectuais, escritores e jornalistas têm que viver sob proteção policial pelo simples fato de terem criticado o Islã.

Não são apenas políticas como Marine Le Pen e Samia Ghali, a prefeita de Marselha, e também não são apenas juízes como Albert Lévy, que conduziu investigações sobre os fundamentalistas islâmicos.

O mais famoso é Michel Houellebecq, autor do romance Submission, que vive sob proteção da gendarmerie desde a publicação de sua última literatura de ficção. Há também a haute protection ("alta proteção") no caso de Éric Zemmour, autor de Le Suicide Français. Dois policiais o acompanham onde quer que ele vá, incluindo o tribunal onde organizações muçulmanas tentaram difamá-lo e ao seu trabalho, acusando-o de "islamofobia" para silenciá-lo.




"Riss" o diretor da revista Charlie Hebdo e os cartunistas sobreviventes do massacre vivem sob proteção policial e a nova redação se encontra em um local não divulgado. Meu amigo Robert Redeker, professor de filosofia, que foi marcado para morrer por islamistas em 2006 por ter escrito um artigo no Le Figaro, ainda vive como fugitivo, como se fosse um prisioneiro político em seu próprio país. Suas conferências e cursos foram cancelados, sua casa vendida, o funeral de seu pai realizado em sigilo e o casamento de sua filha organizado pela polícia.

Mohammed Sifaoui, que trabalhou como informante em uma célula francesa da al Qaeda e escreveu um livro chocante intitulado Combattre le terrorisme islamiste ("Combata o Terrorismo Islamista"), também vive sob proteção policial. Sua foto e nome aparecem nos Websites jihadistas juntamente com a palavra murtad ("apóstata").

O filósofo e ensaísta francês Michel Onfray, acaba de desistir da planejada publicação de um ensaio crítico do Islã, ele alega não haver mais a "possibilidade de debate" no país depois dos ataques de 13 de novembro em Paris (seu livro acaba de ser publicado em meu país, a Itália).

Frédéric Haziza, jornalista de uma rádio e cronista da revista Le Canard Enchaîné, é alvo de ameaças de islamistas e se encontra sob proteção da polícia, bem como Philippe Val, ex-diretor da revista Charlie Hebdo e do periódico France Inter, que publicou as caricaturas de Maomé em 2006. O jornalista franco/argelino Zineb Rhazaoui vive constantemente com seis policiais ao seu redor, assim como o corajoso imã Hassen Chalgoumi, que vive cercado de proteção como se fosse um chefe de estado.

Na Grã-Bretanha, a fatwa de 1989 contra Salman Rushdie acabou com qualquer dúvida que pudesse haver entre estudiosos e jornalistas se era apropriado ou não tecer críticas ao Islã. Na Holanda, o diretor de cinema Theo Van Gogh foi morto a tiros pelo simples fato de ter produzido e dirigido o filme Submission, que trata de uma mulher violentada em um casamento forçado. O parlamentar holandês Geert Wilders participa de debates tendo que usar um colete à prova de balas e Ayaan Hirsi Ali, autor do script de Submission, fugiu do país e se refugiou nos Estados Unidos. Na Suécia o artista Lars Vilks vive como um fantasma. Na Dinamarca, o escritório central do jornal Jyllands Posten, que primeiro publicou charges de Maomé, tem uma cerca de arame farpado de dois metros de altura e um quilômetro de extensão. É como se fosse uma embaixada dos Estados Unidos no Oriente Médio.

Na França a temporada de caça aos críticos do Islã ainda está aberta, mesmo depois do extermínio dos corajosos artistas da revista Charlie Hebdo. Mas por quanto tempo mais?


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